Lula assume a presidência no dia 1º de janeiro e, para 2023, espere ver menos cachês superfaturados de sertanejos ao redor do Brasil
Os cachês sertanejos foram o ponto central de diversas discussões ao redor do Brasil em 2022. Com valores exorbitantes que chegam até a R$ 1 milhão por apresentação, os maiores nomes do gênero no país se viram no olho do furacão, incluindo Gusttavo Lima, Leonardo, Zé Neto e Cristiano e dezenas de outros cantores e duplas.
Afinal de contas, a CPI do Sertanejo passou a investigar a compra de cachês superfaturados, especialmente em cidades do interior que estouravam seu teto de gastos para contratar tais shows. E nesse esquema todo rolou um desvio de dinheiro enorme de áreas como a saúde e educação.
Já imaginou o quanto o valor de um cachê de R$ 700 mil, por exemplo, poderia trazer de melhorias para uma cidade? Compra de equipamentos para a saúde, melhorias nos asfaltos e pavimentações, melhorias na iluminação e seguranças da cidade. O quanto de alimento esse dinheiro compraria para a merenda de crianças em creches e escolas?
A CPI do Sertanejo investigava justamente essas questões, já que em muitas ocasiões as prefeituras de interior sequer tinham condições para bancar as apresentações, a gestão estava desgastada e a cidade “largada às traças”, como cantam Zé Neto e Cristiano em uma música. Não é ética a contratação de shows desse determinado valor se os serviços das cidades operam na base da precariedade.
Será que, com a saída de Bolsonaro da Presidência, o “camarada do sertanejos”, esses cachês exorbitantes pode despencar? A resposta é sim, essa é uma opção – e que fique claro que não estamos cravando que isso irá acontecer, apenas fazendo uma análise.
Com a entrada de Lula no poder e a troca de membros de órgãos específicos e ministros responsáveis por esses assuntos, a CPI da Covid, que já até foi enterrada no atual governo, pode voltar a fazer o terror na vida do sertanejos. E se isso acontecer, qual vai ser a atitude dos contratantes? A diminuição dos cachês.
Especialistas financeiros relataram ao Movimento Country que os cachês sertanejos podem cair cerca de 30% no próximo ano, justamente para evitar investigações e a atuação da CPI do Sertanejo. Com isso, quem ganharia R$ 1 milhão por apresentação, passaria a ganhar R$ 700 mil – o que não deixa de ser um grande absurdo.
O que podemos esperar para 2023, hein?
Quais são os maiores cachês da atualidade?
Os artistas sertanejos são donos das maiores fortunas do show business, e esbanjam os resultados de muita dedicação em suas carreiras dentro da música. Com números surpreendentes nas plataformas de streaming como Spotify e YouTube, os artistas sertanejos têm os maiores cachês sertanejos do Brasil.
Com a agenda voltando a normalidade, os artistas sertanejos já começaram a divulgar a agenda de shows em suas redes sociais. Só para ter uma ideia, Gusttavo Lima começou o ano com todas suas datas vendidas, e Leonardo afirmou que a turnê “Cabaré” tem 88 shows confirmados este ano.
O Movimento Country fez um levantamento detalhado dos maiores cachês sertanejos de 2022, e os números são surpreendentes. Veja:
- Gusttavo Lima (R$ 800 mil – R$ 1,2 milhão)
- Jorge e Mateus (R$ 500 mil)
- Henrique e Juliano (R$ 450 mil)
- Zé Neto e Cristiano (R$ 400 mil)
- Luan Santana (R$ 350 mil)
- Zé Felipe (R$ 300 mil – 350 mil)
- Maiara e Maraisa (R$ 300 mil)
- Bruno e Marrone (R$ 300 mil)
- Leonardo (R$ 280 mil)
- Simone e Simaria – antes da separação (R$ 250 mil)